Exame confirma ausência de agrotóxicos em orgânicos

Produtos orgânicos vendidos em estabelecimentos comerciais de Fortaleza estão isentos de qualquer contaminação por agrotóxicos. Esse é o resultado da pesquisa exclusiva feita pela Fundação do Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), solicitada pelo Diário do Nordeste. A avaliação focou amostras de pimentão, alface, tomate, pepino e bananas, que foram examinadas tendo como base ingredientes ativos em pesticidas utilizados como defensivos agrícolas.

Os itens foram adquiridos em três estabelecimentos comerciais de Fortaleza (Portal do Orgânico, Mercadinho Japonês e Mercadinho São Luis), no dia 8 deste mês, e levados a exame no Nutec na mesma data. Os laudos, que foram assinados pela química industrial Maria da Conceição do Nascimento Monteiro, coordenadora da Área de Alimentos, e a química Solange Maria Bastos, supervisora do Núcleo de Tecnologia de Alimentos e Química, mantidos pela Fundação, e foram unânimes em destacar a inexistência de nenhum dos ingredientes pesquisados.

Essa pesquisa se contrapõe com uma anterior, também realizada pelo Nutec, por solicitação do Diário do Nordeste, também com cinco tipos de frutas e verduras não orgânicos, adquiridos na Ceasa, em Maracanaú, na Região Metropolitana. Esses resultados foram divulgados em 5 de dezembro do ano passado. Na ocasião, o tomate e o pepino apresentaram a substância Clorpirifós, que tem sua comercialização proibida no País.

Para o professor do curso de Ciências Ambientais, do Labomar, Rivelino Cavalcante, os resultados confirmam o alerta da comunidade científica sobre a necessidade de se investir nos produtos orgânicos como alimentação sadia e exigir do poder público medidas restritivas contra o uso de agrotóxicos.

"Esta pesquisa fortalece nossa convicção de que é possível manter uma agricultura livre dos agrotóxicos e não a proliferação dos venenos", disse o pesquisador, que esteve à frente de um estudo comprovando que mais de 50 princípios ativos de defensivos agrícolas estavam se infiltrando no subsolo e nos lençóis freáticos da Região do Vale do Jaguaribe.

A médica e professora do Departamento de Saúde Comunitária e coordenadora do Núcleo Trabalho e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Raquel Rigotto, obervou que os resultados demonstram a viabilidade do governo valorizar mais a agricultura orgânica. Ela lembrou que a alimentação convencional, susceptível ao uso dos pesticidas, são danosos tanto para o consumidor, quanto para os trabalhadores rurais. Os estudos comprovam a relação de incidência de casos de cânceres e dos disruptores endócrinos, resultando na alteração hormonal, tais como a puberdade precoce e infertilidade humana. Além disso, a professora ressaltou que os danos são drásticos para o meio ambiente, com a contaminação do solo.

"O que acontece é que os alimentos convencionais são bem mais baratos do que os orgânicos. Mas isso não revelam os verdadeiros custos para o consumidor, quer nos efeitos sobre a saúde, quer na isenção de impostos concedida ao comércio de defensivos agrícolas". Ela defende maior incentivo à agricultura familiar, responsável pelos alimentos mais sadios, e menos para o agronegócio. Os números de 2011, conforme disse, confirmam essa disparidade, uma vez que se investiu R$ 107 bilhões no agronegócio e apenas R$ 32 bilhões na agricultura familiar.

"Esse é um tipo de comércio que favorece os grandes produtores, os comerciantes, mas extremamente prejudiciais à população, ao trabalhador e ao meio ambiente", afirmou.

Marcus Peixoto

Bruno Prior é pintor, ambientalista e pastor protestante. Ele se envolve numa série de crimes, incluindo desde falsificação de quadros até lavagem de dinheiro. Por enganar um bispo evangélico para a construção de uma igreja no Red Light (Luz Vermelha), em Amsterdã, passa a ser alvo de uma caçada internacional. O dinheiro avaliado em milhares de euros é convertido em drogas e orgias.

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