Igreja do Rosário reabre hoje após três meses

A Igreja do Rosário, instalada no entorno da Praça dos Leões, no Centro de Fortaleza, volta a abrir suas portas aos fiéis, após três meses fechadas. A retomada das atividades religiosas ocorre hoje (2), a partir das sete horas, por decisão do reitor do templo e pároco da Catedral Metropolitana de Fortaleza, padre Clayrton Alexandrino.
A exemplo de outras igrejas do Centro, a do Rosário, construída no século XVIII, foi alvo de várias ações marginais, inclusive com homicídios sendo verificados nas proximidades do santuário. Com isso, houve a necessidade de fechamento até que fosse restabelecida a segurança no local. Segundo o padre Clayrton, a segurança foi prometida pela Polícia Militar, como de vezes anteriores, quando houve denúncia de insegurança para os frequentadores católicos. Ele disse que teme que essa garantia seja temporária e os problemas como assaltos, roubos e até extorsão dos fiéis voltem a acontecer o que determinará novo fechamento. "É uma pena ver essa igreja fechada, pois já foi os olhos de dom Antônio Almeida Lustosa, que aguarda a santificação".
O sacerdote é pessimista com relação à presença prolongada dos policiais naquela área. Ele disse que, a julgar por experiências anteriores, haverá uma presença ostensiva por alguns dias, com o apelo da reportagem. Porém, diz que isso deverá cessar rapidamente e os conflitos com os grupos marginais voltarão a requerer o cerceamento da presença na Igreja do Rosário.
Medo
Em outras igrejas localizadas no Centro, o medo persiste. A opção é cercar o espaço por grades de ferro. Esse é o caso da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na Avenida Duque de Caxias. O padre Tarso Brasil informou que o equipamento deve ser instalado até julho deste ano, a fim de dar maior segurança àqueles que buscam o lugar para suas orações. "Aqui não há histórico recente de assaltos, mas já houve no passado. O importante é que vamos tomar medidas preventivas", disse o sacerdote.
"O fato é que somos vizinhos de uma praça abandonada, onde não se faz a coleta do lixo e, pior ainda, reúne grande número de pessoas sem tetos, que causam temor aos participantes de nossos cultos religiosos", ressaltou o frade da Congregação dos Capuchinhos. Na Igreja do Carmo, os fiéis também se sentem inseguros. Segundo a comerciária Maria de Lurdes dos Santos, que aproveitou o feriado do Dia do Trabalho, para participar da missa dominical, há sempre uma sensação de insegurança, em vista do abandono em que o Centro fica aos domingos.