Videoconferência destaca qualidade de vida

Fortaleza. Promover uma comunicação assertiva, treinar o espírito de liderança, desenvolver a inteligência emocional e, sobretudo, manter o foco na qualidade de vida. É com esse espírito que a Justiça Federal no Ceará oferece, hoje, a seus servidores, juízes e ao público externo interessado a oportunidade de participar da palestra "Ressignificando seu estilo de vida".


As palestras proferidas pela médica psiquiatra Francinete Giffoni têm parte da renda revertida para obras sociais e filantrópicas FOTO: JOSÉ LEOMAR

O evento será transmitido por videoconferência para as oito Subseções da Justiça Federal no Interior do Estado (Limoeiro do Norte, Sobral, Juazeiro do Norte, Crateús, Tauá, Quixadá, Iguatu e Itapipoca). A palestra será ministrada pela médica psiquiatra Francinete Giffoni, que enfatizará o crescimento pessoal e a motivação pessoal para o uso dos dois hemisférios do cérebro.

Conforme explica a psiquiatra, há no cérebro dois hemisfério: o esquerdo, responsável pelas decisões racionais e rotineiras; e o direito, voltado para a criatividade e a intuição. Essa aplicação somente se inverte em casos de pessoas canhotas. "Hoje já se sabe que utilizar os dois hemisférios melhora a auto percepção. E precisamos pensar na qualidade de vida já é uma vitória", assevera a especialista.

Com isso, há uma tendência de que um desses aspectos seja mais utilizado pelas pessoas, sobretudo, durante a rotina da semana, deixando para os finais de semana a dedicação para atividades mais espontâneas, que envolvem a arte, a religiosidade e a criação livre. Ela chama a atenção para que o ser humano seja capaz de desenvolver ambos os aspectos, no sentido de combater os sentimentos negativos, especialmente a depressão, e, sobretudo, a aprender a viver melhor com aquilo que a vida proporciona na natureza.

Conceitos

A palestra apresenta curso a ser realizado no próximo sábado, no Complexo São Mateus, em Fortaleza, com renda para atividades beneficentes. No seu trabalho, a médica mostra conceitos de auto-responsabilidade e auto-cuidado. Propõe a ressignificação de crenças limitantes relacionadas ao processo de desenvolvimento e ao estresse cotidiano.

São objetivos de um novo estilo de vida construir novos significados para os sintomas, despertando para a busca da saúde e do bem-estar; estimular e fortalecer a auto-responsabilidade e o auto-cuidado; sensibilizar e despertar para mudanças.

"Não temos a pretensão de querer mudar as pessoas. O importante é despertar para o auto cuidado, a autorresponsabilidade. Perceber a qualidade dos pensamentos é importante porque o corpo acompanha a mente. A mente é quem está no controle. Quando o corpo sofre diante do estresse, a mente percebe e diz: Para! Você está me maltratando", observa a especialista.

Dentro do conceito de viver melhor, Francinete chama a atenção que tão importante como ter uma vida disciplinada, regrada, há também uma necessidade que deve ser atendida pela vida social, o lazer e a busca pela espiritualidade.

Ela diz que esse novo estilo de vida é uma ferramenta importante para que as pessoas encontrem um novo norte da sua vida, ao contrário de sucumbir a sentimentos negativos que agravam os estados de depressão.

Além de um sistema opressivo causado pela rotina diária, a psiquiatra também lembra que essa reformulação do modo de encarar a vida também envolve ciclos de idade. Diz que pessoas já próximas à aposentadoria passam a conviver com maiores cobrança, geradas pela obrigação de se tornarem produtivas, cuidar do corpo e ainda manter uma atenção com os familiares, que pela idade avançada, requer atenção dos mais jovens.

Espiritualidade

Assim, adverte sobre a necessidade se conectar com todas as partes do cérebro, onde se pode encontrar afetos e razões para manter a qualidade de vida.

No tocante, ao lado intuitivo, diz que há uma crescente busca nessa área. Exemplo disso, lembra as faculdades de Medicina, inclusive a mantida pela Universidade Federal do Ceará (UFC), que oferece uma disciplina denominada Medicina e Espiritualidade. Segundo Francinete, 50% das universidades norte-americanas já vem desenvolvendo essa prática.

Para ela, é importante a disciplina em cuidar de si mesmo. "É uma importante decisão. O simples ato de parar e perceber a respiração, praticar alguma atividade física e estabelecer hábitos positivos. Mesmo que a situação não seja tão propícia, que a rotina de trabalho seja extenuante, mas fazer parte de um movimento de pessoas que buscam se cuidar, já faz melhorar. Dar um passo para sair da situação já melhora a ansiedade, o estado depressiva", observa.

Segundo conceitua, a auto-responsabilidade preconiza que cada pessoa cuida de si, de buscar sua cura. "Ninguém é obrigado a ser feliz. Na verdade, temos o direito de sermos saudável e íntegros. Cuidado com o corpo, com a mente, com a família, também é melhorar a sociedade.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER