CNM mobiliza prefeitos para superar crise municipalista

 

Fortaleza. Requerer a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que trata da do aumento do repasse do Fundo de Participação dos Municípios em (FRM) em, pelo menos, 10%. Além disso, mobilizar as cidades brasileiras contra a votação do índice de correção do Piso do Magistério e do piso dos agentes comunitários de Saúde.

Adriana Pinheiro ressaltou que, no Diálogo Municipalista , é muito importante a discussão das melhores práticas para a administração. Foto: Natinho Rodrigues.

Essas medidas foram discutidas, ontem, com gestores municipais do Ceará, durante a instalação do Diálogo Municipalista, que aconteceu no auditório da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece).

O evento, que é uma iniciativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), contou com o trabalho e a articulação da Aprece. A diretora técnica da entidade nacional, Elena Garrido, esteve presente representando o presidente Paulo Ziulkoski.

Ao falar aos presentes, Elena lembrou que os municípios brasileiros vivem uma das mais séries crises econômicas. Além do FPM ter apresentado um crescimento de 1%, no período compreendido dos últimos 12 meses, as despesas, tais como o reajuste do salário mínimo, pagamento de piso do magistério e de custeio elevaram-se fortemente, a ponto de aumentar as dívidas das administrações.

Esclarecimento

Embora boa parte da pauta do encontro em Fortaleza estivesse voltada para aspectos de informação e esclarecimento no manejo das contas públicas pelos prefeitos, a pauta nacional de luta da CNM foi reforçada, inclusive lembrando mais uma mobilização que deverá ocorrer em Brasília no próximo dia 12 de novembro. Nessa ocasião, conforme lembrou Elena, os gestores deverão se posicionar pela PEC que aumenta o repasse do FPM e contra os projetos de lei que versam sobre o aumento de despesas para os municípios, principalmente as relacionadas com o pagamento do piso salarial. Também naquela data, a ideia da CNM é que seja agenda uma grande manifestação de protesto em 12 de dezembro deste ano.

"Atualmente, vivemos uma situação em que o prefeito é um mero gerente dos recursos públicos", disse Elena. Lembrou que são cerca de 396 programas federais, sendo que a maioria é sub financiada. Deu como exemplo, o Programa da Saúde da Família (PSF), em que o governo federal financia R$ 10 mil por equipe, enquanto que os gastos totalizam R$ 32 mil.

"Esta é uma situação em que as contas não fecham. Isso porque as receitas caem, enquanto que as cidades são obrigadas a cumprir com as determinações constitucionais, dentre elas a reposição da inflação", observou a diretora da CNM.

Elena lembrou que em todos os encontros que a Confederação vem realizando nas cidades brasileiras há uma preocupação em contextualizar a pauta local. No entanto, enfatizou que os problemas sentidos nos caixas das prefeituras vem se generalizando, tornando-se mais agudo nas cidades nordestinas, que vivem dois anos seguidos de seca.

Desconhecimento

"Em todas as cidades visitadas, o meu trabalho tem sido informar os prefeitos e as assessorias como se adequar às novas exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal. O que notamos é que muitas irregularidades percebidas ocorrem muito mais por desconhecimentos de normas do que pelo dolo", afirmou.

Elena lembrou que não obstante todas as dificuldades financeiras vividas pelas prefeituras, há também uma dificuldade dos gestores em lidar com os processos de licitação.

"Temos nos empenhado para que o prefeito exerça sua gestão com mais efetividade, atento à Lei de Responsabilidade Fiscal, e que não se envolva em atos que possam acarretar em ações de improbidade administrativa", ressaltou ela.

Metas

O coordenador de estudos técnicos da CNM, Eduardo Stranz, fez uma apresentação de dados sobre as principais linhas de atuação da Confederação e as grandes demandas municipais que vem sendo priorizadas. Ele falou sobre o Projeto Experiência Municipalista, ITR e ICMS.

Para Eduardo, essas alternativas aumentam as receitas municipais, mas estão longe de equilibrar as finanças municipais. Conforme salientou, as metas dos administradores devem ser mais abrangentes, a fim de viabilizar as gestões. Isso passaria, segundo ele, pela negociação das dívidas previdenciárias.

A presidente da Aprece, Adriana Pinheiro, se disse satisfeita com a presença dos representantes municipais.

Entre os pontos que ela abordou, são destaque os relacionados a Finanças, Saúde, Educação e ao Desenvolvimento local. Na oportunidade, também foram pormenorizadas ações da Aprece junto à Receita Federal, Coelce, Secretaria de Saúde do Estado, além de detalhada recente missão à Israel, oportunidade em que foi assinado convênio para a instalação de uma fazenda modelo em Quixeramobim, na região do Sertão Central.

A questão da Iluminação Pública ficou a cargo do Marco Regulatório da Mineração e Despesas de Pessoal da CNM e outros temas de interesse dos municípios foram abordados por Elena Garrido. Foram mostradas, ainda, as iniciativas desenvolvidas pela CNM na área de tecnologia, como as ferramentas de gestão pública Urbem, CidadeCompras e Site Municipal.

Mais informações:
Aprece
Avenida Oliveira Paiva, Nº 2621 - Seis Bocas
Telefone: (85) 4006-4000
www.aprece.org.br

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER

Gastos

"Para nós é de vital importância o aumento no valor do repasse do FPM, a afim de aumentar nossas receitas"
Ila pinheiro
Prefeita de Jaguaretama

"Estamos todos os meses trabalhando no vermelho, com queda de receitas e aumento de despesas"
Expedito Nascimento
Prefeito de Piquet Carneiro

 

Marcus Peixoto

Bruno Prior é pintor, ambientalista e pastor protestante. Ele se envolve numa série de crimes, incluindo desde falsificação de quadros até lavagem de dinheiro. Por enganar um bispo evangélico para a construção de uma igreja no Red Light (Luz Vermelha), em Amsterdã, passa a ser alvo de uma caçada internacional. O dinheiro avaliado em milhares de euros é convertido em drogas e orgias.

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