Desordem volta a imperar na Feira da Rua José Avelino
Apesar de haver um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre vendedores, Prefeitura de Fortaleza e Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) para o funcionamento da Feira, que restringiu o comércio às ruas José Avelino, Travessa Icó, Governador Sampaio e a Feira do Viaduto, outras áreas foram ocupadas. Com isso, houve prejuízos para aqueles que permaneceram nas áreas autorizadas e para o fluxo de veículos.
A comerciante Maria Augusta da Silva Pires, responsável por 60 barracas na Rua José Avelino, criticou a desordem gerada pelos concorrentes. Para ela, muitos saem perdendo com o desrespeito às regras, especialmente o consumidor, que fica impedido de ir até os locais onde há maior organização e investimento na qualidade dos produtos. “Esse é um grande problema para nós, principalmente porque estamos desperdiçando um período que teria tudo para oferecer grande rentabilidade”, disse.
Além da aproximação das festas de fim de ano, que expandem as vendas de atacado para sacoleiros vindos do Interior, outros estados e até de países como Cabo Verde, houve ainda a influência da demanda ocasionada pela Black Friday, o que mobilizou diversos ônibus fretados do Interior até a capital.
Proveniente da Ilha do Sal, em Cabo Verde, Romana Silva lamentou, não apenas desordem, como também pela carestia dos produtos comercializados. Em seu país, a comerciante possui uma loja de confecção, voltada para a moda feminina. “Temos exclusivamente produtos cearenses, mas houve um aumento considerável no preço do atacado”, criticou.
O comerciante do bairro do Bom Jardim José Sérgio de Almeida reconhece que houve um aumento considerável nos presos de roupas e acessórios, mas destaca que há uma grande vantagem para os donos de loja e vendedores de porta-em-porta.
O titular da Regional do Centro, Ricardo Sales, disse que está mantido o TAC para que a Feira não ultrapasse as áreas delimitadas pelas quatro áreas, nos dias de quarta para quinta-feira e de sábado para domingo. Os excessos vêm sendo tolerados, em decorrência do período que representa no aumento da demanda. No entanto, afirmou que a Prefeitura continuará a inibir que o desordenamento prejudique o ir e vir das pessoas.
Outra medida é deslocamento do comércio para o bairro da Jacarencanga, nas imediações da Escola de Aprendizes Marinheiros, pela iniciativa privada.
Enquete
Como avalia a situação atual?
“É um importante centro comercial, representando baixo custo tanto para o atacado quanto para o varejo. A meu ver, merece apenas um maior controle e ordenamento da atividade pelo poder público”
Romana Silva
Comerciante
“Posso dizer que a crise econômica também chegou à feira. O fato de ter muita gente na rua não significa que há muitos consumidores comprando. O fato é que os produtos estão mais caros atualmente”
Benedito Pereira da Costa
Vendedor ambulante
