Estado começa em novembro exame de uso de agrotóxico na Ceasa

Os agrônomos, Fernando Feijão e Paula Andréia Bezerra (e ainda Pedro Marden), fazem parte de uma das equipes que atuam em esquema de plantão no escritório da Adagri. Os primeiros trabalhos têm sido de caráter educativo FOTO: JOSÉ LEOMAR

Fortaleza. Está prevista para novembro próximo a realização do primeiro exame sobre o uso de agrotóxicos em produtos vendidos nas Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), em Maracanaú. Os recursos serão próprios do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA).

Apesar do exame inicial ser realizado com verba do Estado, a perspectiva é de que os seguintes sejam bancados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ou, ainda, dependendo de um entendimento, com a própria Ceasa, uma vez que a responsabilidade pela contaminação ou não de legumes, frutas e verduras recai sobre os comerciantes e, especialmente, os produtores rurais.

O prazo está relacionado com processo administrativo. Pelo menos, são necessários 72 dias para que a licitação e a escolha do concorrente vencedor sejam anunciadas pelo Governo do Estado, por meio da SDA.

O presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adagri), mantida pela SDA, Augusto Júnior, explicou que a demora para a realização da primeira análise decorre da exigência de se fazer uma licitação, uma vez que se trata de investimento com dinheiro público. Além disso, há a necessidade de que os laboratórios concorrentes sejam credenciados junto ao Mapa, a fim de validar os resultados.

Pagamento

"A princípio, estamos discutindo como será a forma de pagamento no futuro para a realização dessas análises. O correto é que seja feito por quem está vendendo produto contaminado", disse Augusto Júnior.

O presidente da Adagri observou que os exames a partir da Ceasa são uma forma de rastrear que tipo de defensivo agrícola proibido está sendo utilizado e os respectivos locais onde ocorrem a venda, para que sejam procedidos as formas punitivas que são multas e outras penalidades previstas por lei.

"No momento, estamos realizando um trabalho de conscientização na Ceasa, informando aos comerciantes sobre os cuidados com relação à procedência e a certificação de que estão comercializando produtos isentos de agentes nocivos. O nosso papel é identificar quem está fazendo o mau uso do produto", disse o presidente da Adagri.

Sobre a sanidade dos produtos na Ceasa, a engenheira agrônoma Paula Andréia Bezerra esclareceu que sigatoka negra é uma doença ocasionada por um fungo, que ataca as bananeiras. A origem está também na folha, usada para o transporte e o acondicionamento da fruta nos galpões da Ceasa. Já a cochonilha-do-carmim acontece nas palmas forrageiras e é utilizada no transporte e no acondicionamento do abacaxi. Ambas as doenças podem ser evitadas com o manejo correto do produto e tem sido um trabalho preliminar do escritório da Adagri, que passou a funcionar na sede administrativa da Ceasa desde julho.

Rodízio

Paula Andréia ressalta que as equipes que trabalham neste escritório atuam em esquema de rodízio, sendo os seus membros parte dos escritórios da Região Metropolitana. Cada equipe mantém um plantão pelo período de uma semana.

O escritório da Adagri é a primeira ação prática desde a denúncia do Diário do Nordeste sobre o uso de agrotóxicos proibidos pela Anvisa. Matéria nesse sentido foi publicada em 8 de dezembro passado, constatando a presença de substância proibida pela Anvisa. Ao todo, o jornal publicou dois exames, sendo o último divulgado em 25 de maio passado em produtos orgânicos, sem verificar anormalidades.


Mais informações:

Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa)
Avenida Dr. Mendel Steinbrush S/N
Pajuçara - Maracanaú
Telefone: (85) 3299.1734

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER

Marcus Peixoto

Bruno Prior é pintor, ambientalista e pastor protestante. Ele se envolve numa série de crimes, incluindo desde falsificação de quadros até lavagem de dinheiro. Por enganar um bispo evangélico para a construção de uma igreja no Red Light (Luz Vermelha), em Amsterdã, passa a ser alvo de uma caçada internacional. O dinheiro avaliado em milhares de euros é convertido em drogas e orgias.

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