Férias acumulam lixo nas praias do litoral cearense

 por Marcus Peixoto - Repórter
A alta temporada de férias implica numa movimentação maior de banhistas nessas praias da Região Metropolitana, somada à falta de educação ambiental e à coleta aquém da demanda, o resultado tem sido a formação de rampas de lixo
Na Prainha, os animais soltos espalham resíduos no entorno das barracas ( Fotos: José Leomar )

Aquiraz. Japão, Prainha, Iguape, Tabuba, Cumbuco são referências praianas do Ceará não só pela aproximação com a Capital, mas, sobretudo, pelos seus atrativos naturais, que se eternizam em cartões postais. Contudo, a alta temporada das férias tem implicado numa movimentação maior de banhistas nessas praias da Região Metropolitana de Fortaleza que, somada à falta de educação ambiental e a uma coleta aquém das demandas, o resultado tem sido a formação de rampas de lixo no entorno das barracas.

>Buggy tem maior vigilância na orla

Essa é uma situação que se verifica mais fortemente às segundas-feiras nas praias do Japão e Prainha, em Aquiraz. O rescaldo deixado pelo fim de semana dos resíduos sólidos fica exposto nas vias públicas, inclusive atraindo animais soltos, desagrada não apenas os banhistas, mas especialmente os donos de barracas, restaurantes e de empreendimentos hoteleiros.

O gerente do Ytacaranha Praia Hotel, localizado na Avenida Litorânea, 900, na Praia do Japão, Ricardo Pereira Lima, diz que o empilhamento de resíduos chega, às segundas-feiras, até a fechar ruas.

Educação

No entanto, Pereira diz que não é apenas lixo do equipamento hoteleiro. Além dos condomínios no entorno, lembra que muitas barracas trazem cocos vazios, copos plásticos e outros materiais descartados pelos consumidores àquela área de coleta.

Os barraqueiros também defendem maior assiduidade dos caminhões da coleta. Para a proprietária da barraca Estrela do Amanhã, na Prainha, Luciene Câmara Euclides, o problema vem-se agravando com os animais soltos que rasgam sacos e espalham a sujeira na áreas próximas aos pontos comerciais.

A comerciante Roberta Ribeira, da barraca Tia Elza, também na Prainha, critica a falta de mais conteineres. Ela afirma que, além de ser em número insuficiente para atender às 40 unidades dispostas no principal corredor daquele trecho litorâneo, também são detêm capacidade suficiente para o depósito.

Com um ponto comercial na Praia da Caponga, Kaeline Oliveira Ferreira reclama da falta de lixeiras destinadas para o descartes dos frequentadores das praias. "Aqui na Caponga, nós fizemos uma mobilização em torno de recuperar a limpeza, mas precisamos contar com a participação dos banhistas, no sentido de que sujem menos", afirmou.

Com olho nesse grande público que busca o litoral cearense durante o período de férias, as administrações municipais realizam ações específicas para o período. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Aquiraz informou que está mobilizando 20 garis para realizar os serviços diários de limpeza das vias públicas e praias, com foco na faixa litorânea.

Uma outra ação especial é com relação ao fortalecimento da segurança pública na Prainha, Iguape e Porto das Dunas. Atualmente, estão atuando oito guardas municipais, quatro vigilantes patrimoniais, duas viaturas do Ronda e mais oito motocicletas com o prevenir a criminalidade e a violência.

Caucaia

Em Caucaia, o diretor da Secretaria de Turismo, Hélder Gondim, diz que a gestão já desenvolve um trabalho intensificado de coleta seletiva junto aos empresários do Cumbuco, Tabuba e Icaraí, com o objetivo de reduzir o volume de resíduos que se destinam ao aterro sanitário.

Como um destino turístico que atrai amantes de esportes de aventura, a pasta passou a investir na capacitação de guias e instrutores de Kitesurf, Wakeboard e surfe, bem como aumentar a fiscalização na prática dos passeios de buggy.

"Não é só a limpeza que nos preocupa. Há todo um conjunto de ações que visam a promover uma ação de bem-estar para o morador e o visitante", disse Hélder Gondim.

ENQUETE

Como vê a estrutura litorânea?

"Acho que deve haver um maior zelo pela limpeza pública e pela boa prestação de serviços. Posso dizer que essas iniciativas vêm acontecendo em algumas praias, mas é preciso que seja algo mais geral"

Hélcio Braga

Construtor

"O Cumbuco avançou muito na questão da limpeza da praia. Agora, é preciso que os frequentadores também sejam mais participativos. Minha sugestão é que sejam instalados mais depósitos de lixo ao longo da orla"

Kaeline Oliveira Ferreira

Comerciante

Marcus Peixoto

Bruno Prior é pintor, ambientalista e pastor protestante. Ele se envolve numa série de crimes, incluindo desde falsificação de quadros até lavagem de dinheiro. Por enganar um bispo evangélico para a construção de uma igreja no Red Light (Luz Vermelha), em Amsterdã, passa a ser alvo de uma caçada internacional. O dinheiro avaliado em milhares de euros é convertido em drogas e orgias.

Livro impresso: R$ 31,23
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