Labomar divulgará lista de agrotóxico

O Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará, finalizou o primeiro inventário com dados sobre os agrotóxicos lançados na Região da Bacia do Rio Jaguaribe, no Ceará. Para tanto, submeteu desde a semana passada o resultado da pesquisa realizada por aquele instituto para um periódico, com a finalidade de se buscar uma validação científica para o trabalho. O trabalho foi divulgado com exclusividade por este jornal no dia 8 de dezembro passado.

O reconhecimento das atividades acadêmicas produzidas serão importantes não apenas para quantificar quanto qualificar os agentes utilizados com defensivos agrícolas.

O resultado decorre de estudos realizados durante o ano de 2011 por pesquisadores, mestrandos e bolsistas que integram o projeto "Agrotóxicos no semiárido cearense".

O inventário traz informações básicas como as classes químicas e os perfis toxicológico e ambiental dos agrotóxicos, tornando-se um instrumento necessário para estudos de avaliação do impacto de defensivos agrícolas na Bacia do Rio Jaguaribe. Segundo o coordenador do projeto, professor Rivelino Cavalcante, o documento também é uma "ferramenta norteadora de políticas agrícolas, tais como a elaboração de plano de monitoramento ou programas de proteção do equilibro ambiental e da saúde do homem no campo".

A partir do inventário, o Labomar iniciou uma avaliação do risco de contaminação dos recursos hídricos pelos agrotóxicos e ainda a elaboração de um mapa de sensibilidade ambiental.

O inventário e os seus desdobramentos são desenvolvidos pelo curso de Ciências Ambientais do Labomar com recursos da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), além de participação da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Denúncia

Esse trabalho também reforça a denúncia publicada pelo Diário do Nordeste, em sua edição de 8 de dezembro passado, quando revelou a existência de um agrotóxico proibido pela Anvisa, em produtos comerciados pela Ceasa, em Maracanaú.

De lá para cá, nenhuma providência foi tomada pelo poder público, não obstante à provocação feita ao Ministério Público em Maracanaú, Município onde está localizada a Ceasa. "Estamos lidando com um Estado que mais fez uso de agrotóxicos por conta de suas políticas liberais", disse o pesquisador, que é químico e professor do curso de Ciências Ambientais, mantidas pela UFC no Labomar.

Através dos dados do inventário, foi verificado o uso de 201 produtos agrícolas, com mais de 150 princípios ativos, os quais podem estar presentes de forma unificada ou através de misturas contendo dois ou até três princípios ativos por produto agrícola. Segundo Rivelino, comparando com escassos e incompletos levantamentos nas principais regiões agrícolas do País, a diversificação de produtos agrícolas administrados na região estudada, bem como princípios ativos, é bem maior quando comparado com alguns estudos nas regiões Sul e Sudeste.

Milho e feijão

"Isso torna a região dos perímetros de irrigação dos Municípios de Russas, Morada Nova, Limoeiro do Norte e Quixeré, um dos maiores e mais diversificados no uso de agrotóxicos no País", afirmou Rivelino.

Analisando os dados do inventário, especialmente os princípios ativos administrados na região de estudo, próximo de 75 % pode ser aplicável nas culturas do milho e feijão. Interessante notar que as culturas do milho e feijão são as principais dos pequenos agricultores, inclusive aqueles que atuam na agricultura familiar, bem como dos grandes produtores.

 

Marcus Peixoto

Bruno Prior é pintor, ambientalista e pastor protestante. Ele se envolve numa série de crimes, incluindo desde falsificação de quadros até lavagem de dinheiro. Por enganar um bispo evangélico para a construção de uma igreja no Red Light (Luz Vermelha), em Amsterdã, passa a ser alvo de uma caçada internacional. O dinheiro avaliado em milhares de euros é convertido em drogas e orgias.

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