Serviços essenciais estão parados por falta de verbas

Serviços essenciais prejudicados

Em vários pontos do Estado, construções estão paradas por falta de recursos, causando prejuízos às populações

00:00 · 20.10.2015 por Marcus Peixoto/ Colaboradores - Repórter
Creche e PSF, em Juazeiro do Norte, atrasam conclusão dos serviços ( Foto: André Costa )
As obras da Unidade de Educação Infantil Creche Pré-Escolar do Carrascal foram iniciadas na administração municipal anterior, mas estão suspensas ( Foto: Alex Pimentel )

Fortaleza. Escolas, creches, postos de saúde e estradas com obras paradas já mostram sinais fortes da crise econômica que atingiu as cidades cearenses. Apesar da falta de repasse do governo federal ser um problema recorrente para a conclusão de empreendimentos financiados pelos governos federal ou estadual, o agravamento da situação tem preocupado os gestores, em vista do que pode ainda piorar em termos de desenvolvimento até o próximo ano, quando haverá eleições municipais.

> Estradas têm serviço suspenso

Os serviços essenciais, como creches, escolas e postos e saúde, estão sendo os mais atingidos. O presidente da Associação dos Municípios e Prefeitos do Ceará (Aprece), Expedito José do Nascimento, disse que as paralisações estão sendo mais intensas, apesar do aporte de verbas nos últimos dias.

No entanto, ainda são insuficientes. Ainda ontem ele viajou a Brasília, onde, juntamente com outros prefeitos brasileiros terão reunião com a presidente Dilma Rousseff, para discutir, dentre outros pontos da pauta, os investimentos para as cidades.

Além de não haver no momento perspectiva para novos investimentos, o temor maior dos prefeitos, segundo a Aprece, é que recrudesça a falta de recursos e mais obras sejam interrompidas, causando desemprego e deixando de atender as demandas das comunidades mais pobres.

Piora

Exemplo de aumento nas paralisações de serviços acontece no Município de Crateús. Das dez obras que vêm sendo tocadas pelo município, com parcerias com os governos federal e estadual, quatro tiveram que parar por falta de recursos.

A situação mais demorada envolve o posto de saúde do bairro dos Cajás. O secretário municipal de infraestrutura, Lourenço Torres, disse que a suspensão aconteceu em decorrência dos recursos serem insuficientes para pagar a construtora. Isso aconteceu ao mesmo tempo em que a construção de uma creche, que havia sido suspensa, foi retomada. "Minha preocupação não é tanto neste ano. O que mais me deixa alerta é o que pode acontecer no futuro, com a falta de dinheiro", disse o secretário de Crateús.

Não fosse o atraso na construção de uma unidade escolar de Educação Infantil do bairro São José, em Juazeiro do Norte, a população daquela localidade teria uma opção a mais, naquela área carente do bairro. A obra, orçada em mais de R$ 500 mil, esteve parada por semanas. Nos últimos dias, dois operários retomaram a construção. Moradores afirmam que o prédio serve atualmente de abrigo "para consumo de drogas".

"Fica parada por um tempão, aí depois vêm algumas pessoas, começam a trabalhar e depois param novamente", diz uma dona de casa que pede para não ter sua identidade revelada.

No bairro Triângulo, mais um exemplo da má aplicação do dinheiro público. A construção de um posto de saúde, localizado no cruzamento das ruas Clotilde Norões Mota com Engenheiro José Batista, está em ritmo lento, quando toda a população reclama da falta do serviço. O Secretário de Infraestrutura, Rogeris Andrade, não foi localizado pela reportagem do Diário do Nordeste até o fechamento da edição.

Vagas

A rede pública de ensino municipal de Quixadá já poderia estar contando com mais três equipamentos de acolhimento infantil. Seriam pelo menos 500 vagas a mais. São três creches, uma no bairro Lagoa, outra no Carrascal e a terceira no Alto São Francisco. Entretanto, as obras ainda não foram concluídas, duas delas, inclusive, estão paralisadas. O problema reside na falta de repasse dos recursos, do governo federal. A terceira unidade, o Centro de Educação Infantil da Lagoa, está sendo concluída com recursos do próprio Município, explicou o prefeito João Hudson Bezerra.

No município vizinho, Quixeramobim, de acordo com o prefeito, Cirilo Pimenta, estão paradas a construção da avenida de acesso ao Conjunto Esperança, na área urbana da cidade, e a pavimentação de uma estrada de acesso à localidade de Manituba, a 36Km do Centro.

Os recursos são do Ministério das Cidades, mas, apesar de solicitados havia alguns meses, ainda não foram liberados. A avenida, com extensão de 2Km, precisa de R$ 800 mil e o calçamento da comunidade rural, de R$ 400 mil. A contrapartida da Prefeitura, de 5%, está garantida, ressaltou Pimenta.

A maior obra pública realizada nas últimas décadas na região, também é Quixeramobim, o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), já está pronta. Segundo Cirilo Pimenta, o governador do Ceará, Camilo Santana, está buscando firmar parceria com o governo federal para a unidade, concluída em outubro do ano passado, começar a atender a população desta cidade e mais outros 19 municípios circunvizinhos.

O desembolso mensal estimado para funcionamento do HRSC é da ordem de R$ 10 milhões. O Estado pretende dividir as despesas com o Ministério da Saúde. Confirmado o convênio, os 1.600 profissionais aprovados no processo seletivo para trabalharem no complexo hospitalar serão convocados. Em seguida os atendimentos de emergência e urgência serão iniciados. O investimento na construção do Hospital foi de R$ 87,7 milhões. A informação é da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

 

Marcus Peixoto

Bruno Prior é pintor, ambientalista e pastor protestante. Ele se envolve numa série de crimes, incluindo desde falsificação de quadros até lavagem de dinheiro. Por enganar um bispo evangélico para a construção de uma igreja no Red Light (Luz Vermelha), em Amsterdã, passa a ser alvo de uma caçada internacional. O dinheiro avaliado em milhares de euros é convertido em drogas e orgias.

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